Objetivos
Redes de serviços de
energia, petróleo, gás, saneamento, finanças, logística e
comunicações fazem parte da infraestrutura básica de funcionamento
de cidades, regiões, nações e continentes inteiros. Preservar sua
integridade física e funcional é requisito para a qualidade de vida
e segurança das sociedades modernas. Por sua extensão geográfica,
capacidade, interdependência e complexidade estão sujeitas a falhas
intrínsecas, de natureza tecnológica, e extrínsecas, de causas
naturais ou provocadas pelo homem. As consequências afetam pessoas,
famílias e empresas, e as áreas sociais, legais, ambientais,
políticas, internacionais, técnicas e econômicas de cidades,
estados, países e continentes.
Com capilaridade entre as demais redes de infraestrutura sociais, os
sistemas elétricos de potência e as redes de dados e comunicações
desempenham papeis integradores e motores dos mecanismos críticos de
funcionamento das sociedades modernas. Todas as redes de utilidades
e serviços sociais, militares e econômicos modernos dependem do
funcionamento e afetam o desempenho destes sistemas. A dimensão e
estrutura comuns a estas redes motivaram sua denominação, no final
da década de 1990, de Redes Complexas, iniciando um novo ramo da
ciência dedicado à modelagem, análise, simulação e previsão de seu
comportamento.
A ocorrência de grandes desligamentos ou “apagões” nestes sistemas
tem gerado questionamentos da sociedade sobre a segurança e
responsabilidade destas redes. A recente introdução da concorrência
nos mercados de energia elétrica, gás, água, comunicações e
petróleo, antes operados de forma monopolista, além de regras
operacionais claras exige o estabelecimento de processos efetivos e
auditáveis de avaliação de desempenho e risco, para balizar decisões
de planejamento, projeto, fiscalização, operação e manutenção. A
pesquisa destes métodos tem desafiado planejadores, investidores,
gestores, operadores e projetistas durante várias décadas. Mais
recentemente o assunto mereceu a atenção renovada de órgãos
reguladores e opinião pública em geral, após a reformulação dos
modelos das indústrias elétrica, de comunicações, de gás e petróleo
mundiais, com crescente demanda de qualidade e confiabilidade na
prestação de serviços.
A possibilidade de ataques terroristas ou militares transformam
estes setores em alvos e objetivos estratégicos, para o bem-estar e
segurança das nações. Preservar a integridade física e funcional dos
setores de infraestrutura básica tornou-se um fator crítico de
sucesso da política, estratégia militar e segurança pública de todas
as nações. O estudo de catástrofes naturais utilizando modelos de
interdependência das infraestruturas básicas de estados, regiões e
países, tornou-se possível e necessário, como objeto de pesquisa e
política pública. A previsão e gestão de calamidades oriundas de
eventos da natureza, de origem geofísica (abalos sísmicos,
terremotos, avalanches, deslizamentos de terra, tzunames, erupções
vulcânicas), de origem meteorológica (ciclones, nevascas), de origem
hidrológica (chuvas torrenciais, tempestades, enxurradas,
inundações), ou de origem diversa (contaminações, vazamentos
radiotativos), etc., torna-se uma necessidade das sociedades
modernas. Sistemas de previsão, acompanhamento, avaliação e controle
em tempo-real podem ser implementados para administrar situações de
contingências em redes de infraestrutura básicas, como simuladores,
monitores e diagnosticadores da origem de falhas e catástrofes
naturais.